Médio Oriente (DMS)
Estamos perante profundas radicalizações no mundo árabe. Nepotismo e corrupção reinam na maioria dos regimes árabes (emiratos, sultanatos e «monarquias»). Como escreve Fernando Madrinha num semanário, "o sentimento de opressão e o fanatismo religioso que predominam nessas sociedades, bem como a propaganda anti-ocidental" tem catalisado a força das fragilidades desses regimes, isto é, a influência dos grupos extremistas. A eleição legítima do Hamas é sinónima de toda essa situação. O frágil processo de paz tem agora um novo interlocutor que é a favor da guerra. Será que esta orientação vai mudar?
A actual crise do nuclear com o Irão é, também, deveras preocupante. Mahmoud Ahmadinejad afirmou em declarações recentes que "Israel tem de ser riscado do mapa". Obviamente, estas declarações mostram que o interesse no nuclear não é puramente civil mas também bélico. Os E.U.A. afirmaram, por seu lado (e bem), que vão defender Israel caso se entre em conflito armado. Numa altura em que o Irão confirmou que está a retirar as suas reservas em divisas dos bancos europeus e ameaça suspender cooperação com AIEA se a polémica chegar à ONU, não posso deixar de escrever que na última visita da AIEA ao Irão (princípios de 2005) a uma antiga instalação nuclear foram encontrados vestígios de enriquecimento de urânio acima dos 5% (abaixo dos 5% não constitui qualquer perigo pois só serve para produzir energia), mais concretamente 36% e 54%! A desculpa do Presidente foi que os reactores vieram da Coreia do Norte! É de acrescentar que as centrifugadoras também tinham sido adquiridas ao Paquistão nos anos 90!
A situação está tensa. Aguardemos.
2 Comments:
Muito bem! Já percebo um pouco mais de urânio!
Impecável a crítica.
Parabéns.
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