A promulgação da Lei da Paridade por Cavaco Silva mostra uma total incoerência com o seu pensamento bem como uma tendência anti-democrática. O PS e o BE congratulam-se com esta decisão, vejam só, o BE congratula-se com a decisão de Cavaco Silva! Ao que chegamos!
A razão apontada por Cavaco Silva para a promulgação é o "contributo decisivo" para uma maior participação das mulheres na política. Ora, se bem me recordo em Junho as razões para o veto foram justamente o não contributo bem como a tendência anti-democrática da lei. Ainda me recordo da sua resposta relativamente à participação das mulheres na política quando foi questionado relativamente à presença destas em listas partidárias: "A mulher não deve estar à frente ou atrás do homem mas sim ao seu lado". Subscrevo inteiramente a afirmação mas desta vez não a pôs em prática.
Cavaco Silva ao aprovar este género de leis denuncia a existência de uma real discriminação, fragilizando ainda mais o papel fundamental da mulher numa sociedade e aprova uma lei anti-democrática impondo aos partidos uma quota que deve ser preenchida de qualquer modo independentemente do interesse e da qualidade das mulheres. É caso para dizer que desta vez o professor Cavaco enganou-se no primeiro veto e teve dúvidas.