Crise nuclear iraniana (I) (DMS)

O nuclear (civil e militar) é uma aspiração iraniana desde os tempos do Xá. Foi retomado em 1997 pelo reformista Mohammad Khatami. O domínio da tecnologia nuclear é apoiado por mais de dois terços da opinião iraniana. Apesar do Estado teocrático, o Irão é a mais moderna e, até, a mais secular sociedade da região.
A chegada ao poder de Mahmoud Ahmadinejad (Agosto 2005) mudou radicalmente a situação. Teerão desafiou a Agência Internacional de Energia Nuclear, retomou a fase preambular do enriquecimento de urânio, recusou a proposta de Moscovo para lhe fornecer o urânio necessário. A ruptura está na combinação do programa nuclear com a retórica preocupante de Ahmadinejad, da ameaça de «riscar Israel do mapa» à promessa de recomeço da «revolução islâmica». Ao nível da política interna, Ahmadinejad é um Presidente sem qualquer orientação que venceu as eleições com promessas populistas como a "justiça social" e que, de facto, é uma autêntica caça ao voto num país como o Irão. A economia do país também não está na agenda.