Acabar com os extremos (DMS)

Perante a notícia da extrema-direita criar em breve um grupo político próprio no Parlamento Europeu, graças à entrada de novos eurodeputados romenos e búlgaros, a ministra da Justiça alemã, Brigitte Zypries, diz o seguinte:
«O que nos preocupa é a crescente actividade de extremistas de direita e desordeiros no espaço europeu, e, por isso, vamos avançar com uma nova iniciativa durante a presidência alemã - em curso - da União Europeia para criar parâmetros unificados de combate à extrema-direita». Acho muito bem, sou dos primeiros a apoiar a iniciativa. Todavia, porque não criar também parâmetros unificados de combate à extrema-esquerda? O que significa "criar parâmetros unificados de combate"?
Os extremos devem ser combatidos pois, como mostra a história, não é possível eliminar apenas uma parte. Isto é, lutar apenas e só contra a extrema-direita não dá em nada. Esta parcialidade no combate a ideologias extremistas não é saudável para a democracia e, por isso, para a Europa. Estes métodos de "criar parâmetros unificados de combate" são altamente demagógicos e mais ainda quando aplicados apenas e só à extrema-direita. Partidos como o Bloco de Esquerda também não deviam existir para o bem da democracia. Todavia, não é criando "parâmetros unificados de combate" que se consegue convencer o eleitorado que os extremos não são saudáveis, não são democráticos. É com estabilidade política, e com partidos que assumam uma ideologia, que tenham projectos. Não é encostando-se ao centro porque o centro é vazio de ideias, não tem convicções e o povo tem necessidade de se identificar com algo. Este vazio, esta recusa ao património histórico ideológico, às raízes da Europa, faz com que o bode expiatório sejam os extremos.
É altura de a Alemanha deixar-se de preconceitos da história.