Diz Que Não! (DMS)
Cerca de quatro dezenas de jovens reuniram-se para a apresentação do
movimento Diz Que Não.
"Acreditamos que entre 1998 e 2007 a vida não perdeu valor, pelo
contrário, é mais evidente e observável." Foi com esta frase que Manuel
Nobre Gonçalves, de 20 anos, justificou a criação do movimento Diz Que
Não, constituído por jovens, que pretende apelar ao "não" no referendo
de dia 11 de Fevereiro sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG)
até às dez semanas.
Na apresentação do movimento, ontem à tarde em Lisboa, no Bar do Rio, os
jovens questionaram a validade das dez semanas como prazo para
interromper uma gravidez. "Queremos que as pessoas compreendam que não
há razoabilidade quando através de legislação se estipula que a vida até
às dez semanas não tem valor e a partir das dez semanas já tem", afirmou
Manuel Nobre Gonçalves, que também é um dos representantes do Diz Que
Não, perante cerca de quatro dezenas de jovens.
E questionaram a legitimidade do Estado para definir o prazo da IVG.
"Qual é a racionalidade desta lógica? E quem tem legitimidade para
estipular o prazo de validade de uma vida? O Estado?"
O Diz Que Não afirma que um dos motivos da criação do movimento é a
necessidade de mostrar que existe uma juventude "que não compreende que
a vida tenha um prazo de validade e consequentemente, algures, não tenha
valor". Defendendo que a IVG é um drama humano, consideram que ela não é
um método contraceptivo, nem uma luta política.
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