Optimismo de Sócrates e de alguns analistas (DM)
No post "Surpreendidos" de 9/9, fiz referência ao crescimento da economia que foi de 0.5% e à satisfação de Sócrates e de alguns analistas.
De facto, é melhor crescer 0.5% do PIB do que não crescer. Mas é razão para tanto optimismo?
O eng. José Sócrates, deveria saber que este crescimento não é sustentado (satisfazer as necessidades do presente sem retirar às futuras gerações a possibilidade de satisfazer as suas) quando o investimento continua em queda e as exportações continuam fracas (as empresas portuguesas continuam a perder quotas no mercado internacional).
O nosso único motor é o consumo privado. E, é um motor que não é fiável. O que gera um aumento do consumo privado é algum optimismo (que é o que este governo tenta fazer, impingir optimismo). Esta situação do governo impingir optimismo, agrava o ciclo do consumo-importações-endividamento-desequilíbrio externo. E, mais uma vez, verificamos que o consumo gera consumo imediato, mas não gera produtividade.
E do que é que nós precisamos? Produtividade. A produtividade depende de 3 conceitos: competitividade, controlo de custos e factores de contexto (impostos, etc). Para a produtividade precisamos então de ser competitivos, possuir um bom controlo na despesa e ter impostos atractivos. Nós, por acaso, temos estas condições em Portugal? Como é que as PMEs podem sobreviver?
O nosso sistema, esgotado, é um dos grandes culpados da situação em que estamos.
O nosso modelo social e democrático tem de mudar.
5 Comments:
Sr. Diogo Mendes, pertima-me que lhe diga, percebe mesmo disto.
Muito bem!
Perfeito!
Muito bom!
É preocupante que o consumo privado seja praticamente o único motor da nossa economia, já que é feito à custa do crédito bancário e resulta em larga medida no endividamento das famílias (cuja média já vai em 120% do rendimento disponível!).
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