"A composição demográfica do mundo ocidental" por André Menezes Marques (DMS)

A revista "Pública" de há dias vinha com uma entrevista a um conceituado demógrafo americano. A principal conclusão que se tira da leitura dessa entrevista é uma verdade óbvia mas de que, na realidade, nunca me tinha apercebido.
Basicamente, a situação é a seguinte: verifica-se, por todo o mundo ocidental, mais nuns países, menos noutros, uma tendência clara para o envelhecimento da população. As razões são conhecidas: a opção por uma carreira profissional brilhante, a expansão dos métodos contraceptivos, a melhoria dos cuidados médicos, o aumento da esperança média de vida, entre muitos outros factores, contribuem para a queda acentuada da natalidade e para o aumento do número de idosos.
No entanto, continua a haver na Europa e na América quem tenha muitos filhos. E esses casais possuem geralmente certos valores religiosos que determinam o modo como organizam a família e desempenham o seu papel na sociedade. Como as outras pessoas optam por não ter filhos ou se reproduzem escassamente, não vão ter descendência. Quem se vai multiplicar são os casais com valores religiosos, cristãos ou islâmicos. Consequentemente, a sua ideologia e o seu modo de pensar é que vão imperar na sociedade. Os outros, por este caminho, vão desaparecer.
É uma consequência lógica, mas não deixa de ser surpreendente. Não é?

André Menezes Marques